11 de ago. de 2011

Se necessário revide

A agressão nunca é justificada. Correto? Acredito que sim. A forma na qual o educador, seja pai ou professor, ensina e orienta seus filhos e alunos a não revidar em hipótese alguma é a máxima valida quando o assunto é EDUCAR.
Um episódio que aconteceu nesta semana (24/03) me chamou a atenção e levou a reflexão sobre o tema. Aconteceu na Austrália. Um menino de 15 anos é agredido com palavras e  socos por  outro menino de 12 anos. O mais velho apanha passivamente até que numa reação cheia de energia e raiva, atira o menor no chão com toda força. Um único golpe suficiente para acabar imediatamente com a discussão.
No youtube várias manifestações do mundo inteiro e para surpresa qual a conclusão que se chegou:  quase que por unanimidade todos depoimentos deram a reação como correta. Ou seja, bateu-levou.  A pergunta que faço é se a câmera de segurança da escola não tivesse filmado o fato qual seria o desenrolar desta história? Com certeza o aluno mais velho que estava apanhando injustamente seria o culpado de tudo por bater num menor que ele. O vídeo salvou a pele do mais velho. A escola sabiamente SUSPENDEU OS DOIS. 
Quantos fatos iguais a estes acontecem diariamente nas nossas escolas? O que é AGRESSÃO? Numa discussão acalorada esta semana entre amigos, defendi o ponto de vista de que o ser humano (principalmente criança) deve reagir sim quando esta sob situação na qual não aja outra saída. Já disse SUN TZU no seu livro A ARTE DA GUERRA: “ Quando cercar um inimigo,deixe uma saída para ele, caso contrário ele lutará até a morte”.  Nem sempre um aluno que reage a uma situação tem qualquer instinto de agressividade. Simplesmente não lhe foi deixado uma saída.
Infelizmente os colégios e universidades não tem coragem  de punir advertindo e suspendendo alunos que são agressores nas palavras e ações. Esta é a causa do problema. O restante é conseqüência. Nesta briga acirrada de mercado perder um aluno é perder receita.  É uma regra que com certeza não é uma regra de 3. As escolas viraram grandes negócios onde se vê instituições seculares lutando para sobreviver.  
Quando um pai ou colégio pune o filho que revidou algo muito injusto em beneficio do outro que  SÓ OFENDEU mas não agrediu, ele esta criando o conceito invertido da educação. Ele valoriza a atitude sorrateira contra a atitude justa de defesa.
 O que mais vejo são crianças confusas ( e muitos adultos também)e sem ação, paralisados frente a problemas que exigem o mínimo de reação. Sabe por quê? A vida que se apresenta fora da escola e casa não têm um pai para se recorrer e muito menos um diretor.
Vamos apanhar muito na vida. Só não podemos deixar a vida nos levar ao nocaute. E para não cair muitas vezes o revide e única arma de defesa e sobrevivência. Nossos filhos precisam deste conceito. Infelizmente só assim nos tornamos fortes.
Vamos refletir? 
Eduardo Ronchi, Administrador. Membro colaborador da CERES – Associação Criciumense de Apoio a Saúde Mental. http://www.cerescriciuma.org.br.

Álcool: Na balada, não pode, na festa da família, sim

O cigarro vem  perdendo seu lugar de droga lícita favorita, para o álcool. De maior dano e de maior poder de viciar, o álcool é agora a droga mais aceita. Seu consumo é datado de antes de Cristo, mas a quantidade ingerida nos últimos anos é alarmante. Com o dom de propiciar coragem, boa auto-estima, euforia e desinibição, ele é o primeiro ingrediente de qualquer festa ou confraternização. Pode faltar a comida, mas o álcool, nem pensar!
Vamos começar falando da geração mais atingida pelos drinks. Onde será que os adolescentes aprenderam a beber? Você pode responder: nas baladas com os amigos. Nas festas de adolescentes o consumo de álcool é absurdo, quando juntos os adolescentes com muita freqüência passam da conta. Aliás, devo acrescentar que, entre eles, quem não toma seus drinks é que é a exceção. Se observar os jovens, você pode pensar que as grandes reuniões é que são o problema, pois elas não acontecem sem a presença da ‘cervejinha’. Porém, me atrevo a dizer que o problema vem de antes.
Onde será que as crianças (hoje adolescentes) arrumaram a idéia de que as reuniões de amigos e parentes precisam ser regadas a álcool?Vamos pensar: O que você serviu na ceia de Natal pra acompanhar o peru? E no Ano Novo? Brindou com guaraná, certo? No aniversário do sogrão rolou aquele suquinho de laranja natural, aposto! Nada disso, não é mesmo? Você agora se defende, diz que bebe moderadamente, ou melhor: socialmente! E que as cervejinhas em família são inofensivas. Bom, foi exatamente essa a idéia que você passou (sem querer) para o seu filho: que o álcool é inofensivo. Tal informação vem sendo passada de geração em geração. Não consigo entender como uma substancia que atua diretamente no sistema nervoso central e causa dependência pode ser tão inofensiva.
O rastro que o álcool deixa na vida das pessoas que já passaram por alguém dos problemas por ele causado  mostra que de inofensivo ele não tem nada. O menor dos problemas que ele pode lhe causar é na sua saúde. Alguns médicos dizem que uma taça de vinho faz bem pro seu coração. Bom, eu digo que faz mal ao seu cérebro, sei fígado e seu estômago. Quer ter um coração saudável? Vá caminhar!
Dizem por aí que o álcool consumido com moderação não tem problema, nem é visto como droga. Talvez pela presença há muitas gerações, ele é comum. Entretanto, este não-problema está se infiltrando em nossas rotinas sorrateiramente e hoje conseguiu tornar-se indispensável, como citei de inicio. O álcool-não-problema vem se tornando um hábito e este hábito é um problema, sim! Olhe ao seu redor e conte quantas famílias nunca foram tocadas por um problema causado pelo álcool, direta ou indiretamente. Lembre-se disso quando for fazer a lista de compras de sua próxima festa e eu já me dou por satisfeita. 
Manuela da Rocha Corrêa, Psicóloga - CRP 12/6791
Membro da CERES – Associação Criciumense de Apoio a Saúde Mental

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS HOMENS?


“Os homens estão perdidos, estão dormindo”, diz James Hillman.
Por quê? O que está acontecendo com os homens?
Não é por acaso que a psicoterapia se tornou um negócio de mulheres. De acordo com esta visão de Hillman, os homens não querem ser perturbados, não querem fazer nada. Eu diria que não querem sair do colo da Grande Mãe; não querem ser confrontados, questionados, desacomodados; talvez, por medo de descobrirem que não são tão bonzinhos, bons filhos e bons companheiros.
Sim, parece que os homens estão com medo de despertar! Psicologicamente, talvez isto signifique descobrir que são apenas meninos tentando se afirmar, competindo entre si, como forma de serem reconhecidos e amados. Porém, preferiram o poder e perderam Eros, que é capacidade de expressar sentimentos e estabelecer vínculos.
O poder é o oposto do amor. E, a masculinidade baseada no poder e no controle, leva ao distanciamento, à perda da sensibilidade, do afeto e da intimidade com o outro.  Neste sentido, também, de acordo com Hillman, a sexualidade se torna compulsiva quando todas as outras formas de relacionamento falham .
Na clínica psicológica, através de uma visão do homem na sua interioridade, podemos perceber uma falência do masculino, através de um sentimento de despotencialização, depressão e perda da alma; assim como mostra o filme Beleza Americana.
Do ponto de vista exterior, os homens se mostram bem adaptados, bem sucedidos, bem relacionados; porém, do ponto de vista interior, sentem-se impotentes, dependentes e frágeis.
 Os sintomas como alcoolismo, disfunções sexuais, ansiedades e compulsões, ou seja, as neuroses em geral  do homem moderno, apontam para uma necessidade de transformação do masculino através da integração do feminino, que representa o princípio de relação baseado em Eros, o qual permite ao homem expressar sua sensibilidade sem perder a virilidade.
Em outro exemplo , como no filme A Rede Social, vemos um jovem buscando admiração e amor através do poder e que, por isso, acaba sozinho, visto como um  “babaca” pela sua amada.
Este masculino identificado com o poder gera homens perdidos, distanciados das suas emoções e afastados  da sua alma, sua amada interior. Por isso, eu concordo com Hillman quando ele afirma que os homens estão perdidos, dormindo e;  acrescento: eles também estão se sentindo  profundamente  sós.
                                 Anita Mussi klafke- Psicóloga Clínica (CRP: 12/1185).Membro fundadora da CERES- Associação Criciumense de Apoio a saúde mental

Termo não tão moderno: Stress

Stresss: É um termo que se associa ao mundo moderno, mas ainda existe muita ambigüidade no seu uso e definição, pois cada pessoa sente o stress individualmente de acordo com a sua subjetividade e seu próprio ponto de vista.
De fato, o conceito  de stress  existe há muito tempo. Em 1932 o medico  Hans Selye fez sua definição trazendo o termo da física; ”a resposta geral de adaptação do  organismo a mudanças no ambiente”.
Considero que, atualmente, uma definição de stress deve ainda incorporar o fato de que a resposta do organismo está norteada por características individuais, sejam estas psicológicas ou físicas, como também que a resposta de stress, tanto pode ser a mudanças no ambiente (situação externa) como devido a situações ou eventos ocorridos por demandas psicológicas.
A resposta do organismo tem como característica o aumento das principais funções vitais que irão aumentando seu grau de intensidade equitativamente, de acordo com a elevação do stress. Sobem, como exemplo, a pressão sanguínea, o ritmo cardíaco, a freqüência respiratória, a tensão muscular, a temperatura, etc.
Como já falamos antes, o stress pode se apresentar diferente a cada pessoa, de acordo com suas características individuais, ou na mesma pessoa em graus diferentes através do tempo.
A  resposta biológica ao stress se chama “síndrome geral de adaptação”e tem 3 fases.
1.- reação de alarme geral
2.- período de resistência ao estimulo desencadeante
3.- período de esgotamento, que acontece se o stress se prolonga.
Assim, o stress tem níveis de intensidade definidos por Van Anderg, sendo que o  primeiro nível ou o mais leve, se considera bom ou positivo para um bom desempenho social e laboral e o último, o grau 6, tem sérias conseqüências médicas e pode levar a pessoa desenvolver doenças graves.
De fato no dia a dia de meu trabalho vejo pessoas com sintomas leves e outros mais sérios. Alguns se queixam de insônia, gastrite, dores de cabeça, ansiedade e diminuição da libido.
O que as pessoas podem fazer para diminuir o stress?
Devemos lembrar na definição que já falamos, de que o stress depende da situação, mas também dos fatores individuais, psicológicos. Ou seja, a pessoa pode mudar na maneira como enfrenta as situações e como lida com a sua vida.
Você pode tomar atitude. Pode combater o stress com técnicas passivas, que são as técnicas de relaxamento, rezar, técnicas de autocontrole ou pode combater com técnicas ativas, como a prática de esportes, investir em amizades e lazer.
Cecília Urbina Psicóloga CRP 12/00957 Membro fundadora da Ceres - Associação Criciumense de Apoio à Saúde Mental Site: www.cerescriciuma.org.br

7 de ago. de 2011

Uma Geração de Excesso

          Excesso de comidas, de bebidas, de sexo, de drogas, de compras, de dietas, de exercícios, de magreza, de peso, enfim excessos. Falar de excesso é falar de uma falta, de angústia, de desejo e de prazer. Aonde existe um excesso há também um prazer, por isso que às vezes é tão difícil de deixá-lo. 
 Para a Psicanálise o homem é sujeito da falta, logo se algo falta cria-se um desejo. Para preenchê-la, o ser humano procura um objeto fora dele na tentativa de se fazer completo. Por objeto podemos entender qualquer coisa que ofereça ao sujeito uma satisfação e um prazer.
A quantidade de ofertas sedutoras de objetos que prometem tamponar o furo, o vazio, e dar a ilusão de completude, de um gozo intenso e imediato é o que mais existe na sociedade moderna. Mas será que existe um objeto capaz de trazer a felicidade?      
 O capitalismo nos diz que sim e oferece vários objetos para que deles se possa gozar. O problema é que o sujeito percebe que quando consegue o que tanto queria, não era bem aquilo e passa a desejar outra coisa e dessa forma vira uma bola de neve, aonde a satisfação nunca é alcançada. Coloca-se a felicidade sempre no futuro, na ilusão de que um dia nada lhe faltará.
        O ser humano não quer saber da sua própria dor, própria falta, então sai literalmente se entupido, de qualquer coisa que seja comida, roupas, estudos, bebidas para não se deparar com o vazio, a solidão e a angústia.
        Como diferenciar o que é normal e o que é um excesso? É muito difícil falar de um padrão de normalidade hoje em dia, mas o que se pode dizer que se torna prejudicial quando há uma compulsão e/ou quando causa sofrimento á pessoa. Mas e o que causa esses excessos? Não existe uma única causa, a origem tem haver com toda a história de vida da pessoa, principalmente á infância.
             Se a psicanálise é a que aborda os “excessos” nessa cultura, também é a que aponta as saídas. Para Sigmund Freud não existe um método capaz de resolver o problema de todos, da mesma forma, porque cada pessoa é única. É através da própria fala do paciente, seu sofrimento, seu sintoma que se pode falar em tratamento, em um processo de análise.

Daniella Bittencourt – Psicóloga CRP 12/07184  – Membro Voluntária da Ceres Associação Criciumense de Apoio à Saúde Mental

Auto Estima

Até mesmo antes do nascimento de uma criança, surgem  as preocupações e já vem os questionamentos no sentido de como esta será tratada.  Os pais sonham em desempenhar um bom trabalho, e ao deparar-se com a realidade, compreendem que, o que parecia simples, torna-se complexo.
Sem dúvida, uma criança desperta emoções nos adultos, porém o excesso de preocupações cansa e  muitas vezes frustram os pais, que apesar disso, lutam para fazer o melhor aos seus filhos, investindo em cuidados, tempo, energia, dinheiro, oferecendo alimentação, vestiário adequado, brinquedo,assistência médica e odontológica, bons colégios, mas nem sempre essas boas intenções fazem os filhos dar um resultado esperado aos pais. Isto se evidencia em notas baixas, imaturidade emocional, rebeldia ou retraimento, e os pais muitas vezes se perguntam; “como pode meu filho ter problemas, quando me esforcei tanto e fiz tanto?”. Pelo fato de os filhos não apresentarem problemas, as preocupações dos pais aumentam quando sentem que o índice de delinqüência juvenil, uso de drogas, abandono da escola, doenças venéreas aumentam. Assim os pais se deparam com  uma série de dúvidas: “como livrar meus filhos desses caminhos tortuosos ? e, estarei agindo de maneira certa? Devo bater, discutir ou ignorar?” . E aquelas certezas  e idéias que tinham sobre a educação dos filhos, tornam-se imprecisas e desaparecem, mas diante a essa realidade ainda é possível ter esperanças  de transformar a educação dos filhos em algo satisfatório que possibilite o bom ajustamento dos mesmos na sociedade. E nessa perspectiva refiro-me a um valioso investimento que pode passar despercebido, que é  a autoestima.
De acordo com Briggs (2002), com relação à auto-estima,  esta se define em como a pessoa sente-se consigo mesma e o juízo que faz de si, o quanto gosta de sua pessoa. A auto estima é um sentimento relacionado ao valor próprio e ao auto-respeito. Quando esses sentimentos estão dentro do indivíduo, estes se tornam satisfeitos em ser como são.
Quando se tem boa auto-estima, o individuo conhece o seu valor e não precisa impressionar o outro para chamar atenção.  A escolha dos amigos, como entender o outro, a escolha de seu parceiro e sua produtividade, é influenciada pela idéia que faz de si mesmo. Isto interfere na  sua criatividade, integridade, estabilidade e liderança. Sua personalidade formar-se-á a partir de seus sentimentos de valorização, pois a autoestima é a mola que impulsiona o individuo para o êxito ou fracasso como ser humano seja adulto ou criança.  O individuo que possui uma autoestima em alto grau, confia em suas percepções e em seus julgamentos,  acredita em si, desenvolve sua autonomia e lida com o outro mais facilmente.
A  priori, a função dos pais na construção da autoestima de seus filhos inicia desde a concepção e gestação, pois na família a criança terá suas primeiras experiências. A mãe é a primeira pessoa com quem o bebê se relaciona, na amamentação ela já está introjetando valores de aceitação ou de rejeição. Sendo assim, os pais precisam adotar critérios que contribua nesta construção, ou seja: estabelecer um tempo para conversar com os filhos,  permitindo a participação nas decisões familiares nunca menosprezar , ficar atento a fala do filho, não repreendê-lo o tempo inteira, pois saiba que  elogiar  traz segurança e mudança.
                 Stela Matos Damázio     Psicóloga – CRP 12/  08962   (Membro da CERES – Associação Criciumense de Apoio a Saúde Mental).

Esquizofrenia: Uma doença de várias faces

A esquizofrenia é uma doença mental complexa, que tem como características principais as alterações no comportamento e a distorção   na percepção da realidade por parte do paciente. Essas alterações vão  levar a desorganização global da conduta e ao declínio progressivo das habilidades sociais. A fase aguda da doença é conhecida como “surto psicótico”, no qual ocorrem alucinações e delírios. As alucinações  podem se manifestar de várias formas, desde ouvir vozes inexistentes a sentir cheiro de podre em objetos íntegros. Nos delírios, o doente esta com a mente tão confusa que muitas vezes pode se defender ou atacar em situações inofensivas, além de falar sozinho ou tomar atitudes estranhas e inesperadas. Outro sintoma comum na esquizofrenia é o afeto plano ou embotado, quando o paciente não  demonstra emoção com as coisas. A tendência ao isolamento, a apatia e a pobreza do pensamento completam o quadro. Todos esses fenômenos  devem-se a uma série de descompensações  bioquímicas no cérebro, quando a transmissão de impulsos nervosos ficam estimulados ou limitados demais, prejudicando muitas funções mentais necessárias para a organização das idéias, interpretação dos fatos, e controle adequados de impulsos.
A esquizofrenia nem sempre se manifesta da mesma forma em todos os pacientes. O tipo mais comum é a denominada “esquizofrenia paranóide”. Nesta, situações de desconfiança, delírios de perseguição e agressividade são freqüentes. Existem ainda os subtipos desorganizado, catatônico, hebefrênico, indiferenciado e residual. Essa classificação muitas vezes não é tão clara. A esquizofrenia afeta o mundo todo, igualmente homens e mulheres, atingindo aproximadamente 1% da população em geral. A idade média do início dos sintomas clínicos é entre 16 e 26 anos. As causas dessa doença envolvem tanto fatores genéticos como ambientais. Ou seja, apesar de já haver uma pré-disposição do indivíduo para ficar doente,  situações vivenciadas pela pessoa ao longo do tempo, até mesmo na vida intra-uterina, podem ser decisivas no desenvolvimento do quadro. Pela heterogeneicidade dos seus sintomas, a esquizofrenia pode ser confundida com outras doenças, como demências, depressão, transtornos de ansiedade, transtorno de humor bipolar, intoxicação por drogas ou lesões cerebrais neurológicas.
O tratamento da esquizofrenia sempre envolve medicamentos. As principais drogas usadas para tratar essa condição são  chamadas de anti-psicóticas. Elas podem ser tomadas por via oral ou administradas através de injeções intra-musculares. As injeções   são preferidas nas emergências ou quando o doente não faz o tratamento regularmente, necessitando sucessivas internações. Uma grande dificuldade que a equipe de saúde pode enfrentar é a adesão do paciente ao plano de tratamento, pois muitas vezes o esquizofrênico não acredita que precise dos remédios. Sendo assim, a presença da família é fundamental. Hoje, existem fármacos eficientes, que além de reduzir bastante o risco de crises e surtos, também ajudam na readaptação social, melhorando a motivação e a iniciativa do paciente. Também é importante a inclusão em programa de psicoterapia ou terapia ocupacional. Quando o tratamento não é executado, o desfecho  é trágico, já que o portador não consegue se organizar em família, permanecer em um emprego por muito tempo, e manter seus auto-cuidados. Muitos acabam tendo que viver nas ruas, de forma precária, e outros acabam cometendo suicídio.
Dr Marcos Paulo Nacif – Médico Psiquiatra CRM/SC 9283 - Membro voluntário da Ceres – Associação Criciumense de Apoio a Saúde Mental